Todos sabemos que as transmissões orais vão sofrendo alterações à medida que são contadas através dos tempos.
Um fato qualquer, uma mensagem, um texto, quando contados ou transmitidos a outros, sempre sofrem alguma alteração, fruto da interpretação pessoal daquele que o presenciou.
Isto pode ser comprovado com um experimento simples, que qualquer um poderá fazer. Comece, por exemplo, selecionando dez pessoas. Em seguida, redija um texto qualquer. Mostre esse texto somente à primeira pessoa, que deverá estar apartada das demais. Peça para memorizar o que leu e, em seguida, transmitir oralmente o que leu à segunda pessoa, que deverá ouvir, memorizar e transmitir à terceira e assim sucessivamente até à décima.
Esta décima pessoa deverá então, escrever a mensagem que ouviu. Agora, é só comparar os dois textos, o original e o resultado da transmissão entre as dez pessoas. Jamais serão iguais, e, muitas vezes, as diferenças serão surpreendentes…
O objetivo aqui é o de tentar demonstrar que muito do que conhecemos hoje como “Lendas, Folclore, Mitos ou Fábulas”, possam ter se originado de algum fato, um acontecimento real, um fenômeno natural qualquer, mas que foi sendo transmitido (e alterado), através das gerações até chegar ao que conhecemos hoje como fantasias, invenções da imaginação coletiva.
Mas, e se não foram?
É muito plausível pensarmos que a Humanidade pode ter deixado para trás um cabedal enorme de ciência e de conhecimentos antigos, cujos resíduos chegaram até nós na forma de muitas dessas “lendas”.
Pensando de modo mais amplo, aprendemos que os registros escritos mal passam dos três mil anos, com os Fenícios, os Egípcios, os Chineses, os Japoneses etc.
Antes disso, tudo o que chegou até aí foi através das transmissões orais e das tradições mantidas, muitas vezes sem saber por quê.
Porém, o Homem começou sua trajetória na Terra por volta de um milhão de anos e pouco ou nada conhecemos sobre o passado longínquo da Humanidade.
Que pensar então, sobre textos sagrados citando engenhos voadores, personagens usando capacetes, descrevendo verdadeiras batalhas nos céus, utilizando armas que emitiam raios destruidores, explosões tão potentes como as atuais bombas nucleares…
E sobre a descoberta de ornamentos de platina numa antiga civilização do Peru, metal que só se funde com temperaturas acima dos 1.800ºC. E o que pensar dos enfeites de alumínio de mil e seiscentos anos, descobertos em escavações chinesas, quando sabemos que a extração do alumínio do seu minério, a bauxita, requer um processo de eletrolisação, único conhecido até hoje e que só foi descoberto no fim do século passado!
Se houvesse uma forma de irmos voltando nessas lendas e fábulas, geração após geração, corrigindo as deformações acrescentadas, até encontrar o fato real que as originou, o que acharíamos?
Talvez nos depararíamos com civilizações adiantadas, com ciência e tecnologia avançadas, mas diferentes das nossas, e, quem sabe, com extraterrestres nos visitando e transmitindo ensinamentos…
Mas, por enquanto, tudo não passa de lendas…
FIM